Oi, olá, hello, ciao!
Se a gente ainda não se conhece, prazer, Ana Possas! Te convido a ver mais no “sobre”. Se você já é de casa, bem, fique à vontade! 😉
Ao longo da minha vida até aqui eu tive a oportunidade de viver em sete cidades diferentes. Quer dizer, oito, contando a temporada “forçada” de seis meses em Treviso, Itália, durante a pandemia.
Eu lido bem com mudanças. Por mais desconfortáveis que sejam no início, elas representam uma oportunidade de recomeço, de poder zerar planos, projetos e pensamentos para experimentar novos jeitos de estar no mundo. Acho bem gostoso isso, deixar-se levar e perceber o que cada lugar vai pedir da gente.
Quando me mudei para Lisboa, em 2016, eu estava, intencionalmente, em busca de uma outra versão de mim. Não a melhor versão, diga-se de passagem, mas uma versão mais livre e disposta a ser surpreendida pela vida. Vinha de um processo de mais de um ano de estudos de escrita e estava segura de que escrever era uma das coisas que eu gostaria de fazer para todo o sempre, estivesse onde estivesse.

Mas Lisboa pediu outras coisas. A escrita mais autoral até esteve presente no começo, em forma de poemas e legendas que acompanhavam as imagens feitas pelo olhar deslumbrado de quem vivia uma paixão avassaladora pela cidade. Isso durou, mais ou menos, até o fim de 2017. Costumo ficar um pouco nostálgica ao me lembrar daquele “eu lírico” porque pressinto que o combo que facilitou o seu florescimento nunca mais voltará a existir.
Aos poucos, precisei canalizar o meu esforço de escrita primeiro nos artigos acadêmicos, depois na minha dissertação do mestrado - um dos motivos pelos quais fui para Lisboa. Esse processo não apenas burocratizou o meu texto, como também me deixou sem fôlego.
O mestrado acabou com uma defesa memorável, mas era hora de entender como me posicionar no mercado, fazer dinheiro, crescer em nome e em número de clientes (clientes?), empreender. E do texto acadêmico eu fui para o copywriting, um tipo de texto cujo objetivo é sempre publicizar algo e/ou conduzir as pessoas a alguma ação.
Poema, texto acadêmico, copy. Eu nunca deixei de escrever, é verdade. No entanto, existe um tipo de escrita que me é latente e que, nos últimos anos, foi deixado apenas para os cadernos de viagem e/ou momentos em que eu me permitia ter mais prazer e fruição. Afinal, aos olhos do “mercado”, é um tanto estranho ser uma profissional de comunicação e marketing e não ter uma presença online 100% vinculada a isso.
Tentei outros jeitos de me comunicar. Criei um podcast, hoje em hiato, e aprendi demais em toda a gestão do projeto. Mas mesmo ali eu via a necessidade dela, da escrita. E segui extravasando o desejo de escrever desmembrando os episódios em posts. Ainda assim, era outro tipo de texto, mais técnico e didático. Ainda não era o que eu precisava escrever.
Existiria um meio termo?
Nem só profissional, nem só pessoal. Escrever para outras pessoas, mas também para mim. O que acontece se eu só sentar e escrever?
Depois de quatro anos sendo apenas um perfil no Substack e um ano sendo rascunho, esta newsletter nasce como a casa de antigos e novos textos sobre a vida entre a pessoa física e a jurídica, porque eu gosto muito de trabalhar e falar sobre trabalho, mas muito de como eu trabalho se relaciona e é construído pelo que eu vivencio quando não estou trabalhando.
Em um momento em que milhões de conteúdos, de todos os tipos, são postados diariamente no Instagram, TikTok e Youtube, para citar as maiores redes, parece inútil ou redundante criar mais um espaço de expressão. Ao mesmo tempo, tudo isso me tira o peso ou a obrigação de criar algo novo, de ser a primeira a falar sobre determinado assunto ou de conquistar milhares de pessoas.
Sou apenas uma mulher que, à beira de seus 40 anos, entendeu ser a escrita um aspecto inegociável de sua vida. Talvez eu consiga tocar alguém, talvez não, mas né?! O que é a vida senão esse amontoado de anos para que a gente se dê a oportunidade de experimentar?
Para tirar esse projeto do papel, a palavra de ordem foi simplificar. Primeiro, o próprio ato de escrever, em si. Durante alguns meses, fomos só o caderno, a caneta e eu, tal como fui incentivada em uma mentoria da qual ainda vou falar mais. Inclusive, o título desta edição surgiu nesse processo.
O segundo passo foi não me prender a um nome específico ou a uma identidade visual que fosse além da que eu já tenho. Apenas configurei a conta com atenção e capricho e importei uma lista de 13 e-mails de pessoas que voluntariamente se inscreveram na caixa de newsletter do meu site.
Por fim, eu me permiti uma periodicidade serena, de 15 em 15 dias, sem correr o risco de me autossabotar com a promessa de uma edição semanal. Funcionou bem na época do podcast, pode funcionar por aqui também.
No mais, já está no mundo, contando também com o termômetro de quem estiver por aqui. Estou curiosa para ver como isso resulta!
Enquanto isso, na Pessoa Jurídica
👩🏻🏫 Educação
Estão abertas as inscrições para o curso online “Planeamento na comunicação digital em tempos de IA: da estratégia à execução”, facilitado por mim em parceria com a plataforma portuguesa Gerador. Em uma edição revista, vamos entender de que forma a Inteligência Artificial pode nos ajudar nas diferentes etapas de um planejamento estratégico de comunicação, para além da elaboração e revisão de textos. As aulas começam no dia 18/09, às 19h (horário de Portugal). Vamos?
👩🏻💻 Mentoria
Eu sempre acabo me apaixonando pelos projetos que mentoro e com o Wander Woman, em que Laís Queiroz incentiva mulheres a explorarem o mundo e a si mesmas, não seria diferente. Ela começou com uma newsletter, mas agora tem um podcast de entrevistas com mulheres de diferentes idades e nacionalidades que viajam o mundo. Ainda temos muito trabalho pela frente, mas já vale super a pena conferir!
Em outras redes
Já nos conectamos pelo LinkedIn?
E pelo Instagram?
Mesmo em hiato, ainda te convido a ouvir o Ouvidorama, meu podcast. As conversas continuam atuais.
👋🏼 Até a próxima!
bem vinda de volta! das coisas que mais gosto no mundo são suas palavras e escrita cheia de profundidade e bossa❤️ estava com saudade
que bom saber que você está de volta!! e obrigada por ser minha mentora e admiradora do meu (nosso) projeto! 💜