Oi, olá, hello, ciao!
Se a gente ainda não se conhece, prazer, Ana Possas! Te convido a ver mais no “sobre”. Se você já é de casa, bem, fique à vontade! 😉
Se eu pudesse dar apenas um conselho a alguém, diria para escolher com cautela as pessoas a quem ouvir ao longo da vida👂🏼. Ao menos, sempre que possível. Digo isso porque sinto que fiz uma boa escolha no ano passado.
A vontade de reinserir a escrita autoral em minha vida começou no final de 2022, antes de eu me mudar para a Itália, mas o processo de adaptação e os novos trabalhos que vieram preencheram todas as horas laborais e boa parte das horas “livres” de 2023. Foi um excelente ano de trabalho, mas, à medida que ele passava, eu sentia que estava deixando algo muito importante de lado.
Em setembro, disposta a encontrar um jeito de conciliar as duas coisas, eu me inscrevi na mentoria Fazer, da Dani Nogueira - A Flanar. Um processo desenhado para que as pessoas participantes pudessem idealizar e colocar os seus fazeres em prática. O objetivo era que, depois de sete encontros profundos e cheios de tarefas de casa, tivéssemos um plano bem estruturado para fazer acontecer.
🤔 Pode parecer estranho pensar que eu, que atuo como mentora para que outras pessoas tirem as suas ideias do papel, precisei de uma mentoria para conseguir colocar um projeto pessoal em prática. Mas é aquele negócio, desconfie do terapeuta que não faz terapia. Poder contar com a ajuda de mentores só demonstra o quanto é importante a gente ter o olhar de fora sobre aquilo que a gente faz/deseja fazer.
Ouvindo as orientações da Dani, eu saí da Fazer estudando sobre crônicas e lendo diferentes cronistas. Também saí escrevendo, em um processo mais orgânico que envolveu apenas caderno e caneta (lembra do título da primeira edição da news?). Mas não saí publicando porque para publicar eu precisava, antes, ter paz de espírito. E para ter paz de espírito eu precisava, antes, olhar para ela, a minha Pessoa Jurídica.
Depois de cinco anos fazendo o que eu faço e com o repertório de um novo país, havia chegado o momento de rever e realizar alguns ajustes de rota e de atuação que também se relacionam à forma como eu me comunico. Por isso, o meu plano final da Fazer não foi um plano de escrita, mas um plano de análise e adequação do meu trabalho. Só assim eu teria paz de espírito para escrever sem pensar que deveria estar fazendo outra coisa ✍🏼.
A partir disso, empreendi a minha capacidade de organizar e priorizar tarefas para elaborar um planejamento possível e praticável em paralelo ao atendimento de clientes. E como eu sei que as coisas que eu fiz podem ser úteis a quaisquer profissionais que trabalhem - ou não - de forma autônoma, eu decidi enumerá-las aqui.
Dividi em Parte 1 e Parte 2 para que esta news não ficasse ainda maior (a segunda parte estará na próxima edição).
Parte 1
🧐 Entendendo com quem eu trabalho e com quem eu gostaria de trabalhar
Depois de cinco anos oferecendo consultorias, mentorias, cursos e workshops na área de comunicação e marketing, consigo identificar facilmente os perfis das pessoas e negócios que atendo. Perfis de que gosto muito, aliás, e que, em sua maioria, chegaram até mim por indicação, sem um grande esforço de prospecção ativa.
Quando digo prospecção ativa, refiro-me a apresentar os meus serviços a pessoas e negócios previamente mapeados, que estão fora da minha rede. Por um lado, enquanto profissional autônoma sem uma grande estrutura comercial, acho incrível poder contar com as indicações de clientes e ex-clientes. Por outro lado, tenho plena consciência de que se desejo furar a minha bolha, sobretudo aqui na Itália, preciso ser mais ativa nesse trabalho.
Entender as pessoas e negócios com quem eu gostaria de trabalhar foi o primeiro passo para que eu estruturasse os próximos. Inclusive, é o que eu sugiro a quaisquer clientes e/ou estudantes. É isso que vai definir toda a nossa estrutura e comunicação.
🛒 Redesenhando as jornadas de clientes
No universo da comunicação e do marketing, a “jornada do cliente” nada mais é do que a compreensão do caminho percorrido por ele durante todo o processo de aquisição ou recusa de determinado produto ou serviço.
Por exemplo, imagine que você começou a correr e precisa comprar um novo par de tênis de corrida 🏃🏾♀️. Você pode consultar um profissional para saber qual o seu tipo de pisada, ler diferentes artigos sobre as melhores opções em blogs especializados ou assistir a vídeos sobre o assunto no TikTok, pesquisar em diferentes lojas online, ir até uma loja física experimentar os calçados…
Há vários caminhos a percorrer até a decisão de compra do par de tênis ideal. E não para por aí. Você ainda vai usar os tênis, perceber se são ou não são bons, optar ou não por compartilhar a sua experiência com outras pessoas corredoras, baixar o aplicativo de corrida da marca e assim vai.
A jornada do cliente vai mapear todos esses pontos e possibilidades. Quanto mais esmiuçada ela for, mais precisas podem ser as ações de determinado negócio ou projeto. Foi o que fiz. Com base nos últimos cinco anos de trabalho e já com serviços bem delineados, redesenhei todas as etapas da jornada de clientes e instituições parceiras.
Eu utilizo diferentes tipos de jornada em meus atendimentos, a depender do projeto ou negócio. No meu caso, apliquei os pontos:
Consciência: como as pessoas ficam sabendo do meu trabalho.
Consideração: o que faz com que elas considerem ou não contratar os meus serviços.
Compra: o que motiva a decisão de contratação delas.
Serviço: que experiência eu proporciono a elas.
Expansão da fidelidade: o que faz com que elas compartilhem a experiência ou voltem a buscar pelo meu atendimento.
Fiz um comparativo entre o real, como acontece atualmente, e o ideal, como poderia ser melhorado. Isso norteou as etapas seguintes.

👩🏻💻 Melhorando a experiência de clientes
Uma vez redesenhados os pontos da jornada, o próximo passo foi entender como melhorar a experiência da clientela ativa. Assim, tenho revisto desde a dinâmica das reuniões ao layout dos frameworks de trabalho.
Também estruturei um formulário curto e formal de avaliação dos serviços e enviei a todas as pessoas atendidas por mim nos últimos dois anos, garantindo uma recompensa generosa no final 🗣️. Fiz o mesmo para as alunas dos últimos cursos.
Sempre realizei avaliações de forma mais informal, após as sessões de mentoria ou a entrega de um dossiê de consultoria, por exemplo. No entanto, percebi que os feedbacks recebidos nesses momentos tendem a ser mais elogiosos do que críticos, o que é bom para o meu ego, mas nada bom para o meu aprimoramento.
Senti que ter um formulário para as pessoas responderem, no tempo delas, tem sido essencial para melhorar a experiência. Tive sugestões ótimas relacionadas à clareza da entrega, ao resumo das sessões e ao material de apoio, por exemplo.
🆙 Atualizando o meu perfil no LinkedIn
Clientela bem-cuidada, era hora de me voltar para a rede social mais importante para as etapas de consideração e compra da jornada. Apesar de eu ter um site, sei que há clientes em potencial que também procuram pelo meu perfil no LinkedIn, onde detalho mais o meu currículo.
Minha última atualização a sério na rede havia sido no final de 2018, quando estava terminando o mestrado e ainda sem saber direito em que área da comunicação eu trabalharia. Então tinha de tudo um pouco. Agora, mais experiente e ciente do caminho que pretendo seguir, fiz um longo estudo de palavras e habilidades-chave para a minha área de atuação. Também analisei, a fundo, diversos perfis de profissionais que admiro.
Atualizei tópico por tópico enquanto fazia o curso “Rock your LinkedIn Profile”, disponível na própria plataforma. Também revi o idioma do meu perfil. Descobri que havia escrito em inglês no meu perfil em português. Organizei cada qual no seu lugar e criei uma outra versão em italiano.
Um desafio tem sido a adequação cultural. Muitos perfis em português que acompanho têm experiências profissionais bastante detalhadas, algo que, no italiano, por exemplo, não cabe. Ao menos foi o que o Mario, meu companheiro, que já trabalhou com recrutamento, me disse ao revisar as minhas informações.
Quando se trata do LinkedIn, confesso que sempre tenho dúvidas se estou no caminho certo, mas aprendi a encarar com mais leveza, já que tudo pode ser editado e melhorado a qualquer momento.
😅 Ufa! Chegamos à metade do processo. Na próxima edição, falarei mais sobre quais foram os passos seguintes.
Enquanto isso, na Pessoa Física
🍛 Sobre banoffee e estrogonofe, não necessariamente nessa ordem
Ontem foi aniversário do Mario, meu companheiro. Apesar de a nossa comunicação ser em uma língua que não é a minha, às vezes eu me esqueço de que não crescemos no mesmo país e que um relacionamento intercultural é como descascar as camadas de uma cebola 🧅. A gente nunca para de descobrir a outra pessoa.
Resolvi fazer um jantarzinho para nós e um casal de amigos que é como uma família aqui em Milão. Depois de quebrar a cabeça pensando no que fazer, já que um dos nossos amigos não come peixes nem frutos do mar e eu não sou boa com carnes, decidi optar pelo básico que sempre funciona: o bom e velho estrogonofe de frango.
🍝 Afinal, eu lá sou boba de fazer comida italiana para italianos?
Eu também não sou nada boa com surpresas. Na noite anterior, ainda no caminho do supermercado, falei com a maior naturalidade: “vou fazer um estrogonofe amanhã”. No mesmo instante, notei a expressão de surpresa do Mario: “ESTRAGONOFE? Ma che cosa è ESTRAGONOFE?”. Em um segundo, quem mudou de expressão fui eu: “como assim você não conhece estrogonofe?”
Fiquei surpresa por ele não conhecer esse prato russo que já foi chique, brega e devidamente abrasileirado com muita batata palha, reduzido a um peitinho de frango com creme de leite e molho de tomate em diversos lares universitários do Brasil. Mas né, existe uma primeira vez pra tudo.
Fiz a receita o mais próxima da original possível e foi sucesso. De sobremesa, fiz uma banoffee, torta inglesa que, de acordo com as informações trazidas pela maravilhosa newsletter do meu escritório de contabilidade, tem sido a nova paleta mexicana no Brasil. Confesso que não fazia ideia. Comi pela primeira vez em um restaurante brasileiro em Milão, há uns meses, e achei que era um bom momento para reproduzir.

Enfim… Enquanto cozinhava, lembrei que eu aprendi a fazer pão de queijo em Portugal, tiramisù no Brasil e, agora, o quase verdadeiro estrogonofe e banoffe na Itália.
Tutto boníssimo! Eles disseram.
🎊 Viva o multiculturalismo e as primeiras vezes!
Em outras redes
Já nos conectamos pelo LinkedIn?
E pelo Instagram?
Mesmo em hiato, ainda te convido a ouvir o Ouvidorama, meu podcast. As conversas continuam atuais.
👋🏼 Até a próxima!
hahaha eu amei! bem legal saber mais sobre o processo da construção de uma marca (agora vendo na prática) e que o stroganoff fez sucesso por aí. bjo